quarta-feira, 22 de setembro de 2010

SANTO TIRSO: Testemunhas de 'stand' alvejado vão a tribunal com protecção reforçada

O caso do assalto ao Museu do Ouro de Viana do Castelo é um mistério que se adensa cada vez mais e prova disso é o facto de um stand localizado no concelho de Santo Tirso ter sido ontem alvejado a tiros de caçadeira desferidos por indivíduos que se escaparam do local. O stand, de motociclos, é propriedade de Fernando Alves e dos seus dois filhos, todos testemunhas arroladas no processo pela Acusação, mas depois do incidente de ontem a sua presença em Tribunal, esta quinta-feira, será feita com recurso a protecção policial, apurou o DN.

Quanto aos disparos só provocaram danos materiais no estabelecimento, mas o caso foi comunicado ao início da tarde, pelo Ministério Público, a todos os intervenientes na sessão de ontem. "Obviamente que causou mal-estar", explicou ao DN o advogado de dois dos arguidos neste processo. Isto porque não deixa de estar em cima da mesa uma alegada tentativa de intimidação das testemunhas neste processo, além do proprietário, um filho, uma filha e um funcionário, que serão chamados a depor.

São testemunhas por alegadamente terem assistido a um dos presumíveis assaltantes gravemente ferido durante o assalto em Viana do Castelo a ser retirado de uma viatura, abandonado e transferido para o Hospital da Trofa. Acabaria depois por morrer, mas para a acusação estas testemunhas são de primordial importância. Curiosamente, sabe o DN, também do lado da Defesa estas testemunhas são relevantes. É que pelo menos uma deve ser julgada, disse ao DN fonte da Defesa, num processo paralelo que resultou da apreensão, em Esposende, em 2006, de 6,3 toneladas de cocaína e mais de três milhões de euros.

A operação "Tornado", como foi designada pela PJ, levou à detenção de um cidadão colombiano, de 38 anos, presumível líder da rede, um português residente em Braga e três mulheres colombianas, com idades entre os 36 e os 49 anos. Para disfarçar a actividade de traficante, o colombiano participava em provas de motociclismo em Espanha e Portugal.

Num processo paralelo que em Outubro deverá arrancar no Tribunal de Esposende, um dos familiares do proprietário do stand de Santo Tirso, e que é testemunha no processo do Museu do Ouro, explicou ao DN a Defesa, deverá ser julgado precisamente pelo alegado envolvimento em esquemas presumivelmente ilegais de motos, ao que tudo indica utilizadas pela rede. "É tudo muito estranho. É o que posso dizer", acrescentou ao DN Miguel Brochado Teixeira, o advogado da Defesa.

Perante este cenário, os quatro testemunhos relacionados com o stand de Santo Tirso vão comparecer em Tribunal com escolta e protecção individual, a juntar ao ambiente de segurança que já rodeia o julgamento que arrancou a 15 de Setembro, envolvendo um Tribunal de Júri, a pedido do proprietário das duas ourivesarias.


In dn.sapo.pt

Sem comentários: