segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

AFINAL ESTÃO CASADOS?

Passam agora cerca de seis meses depois do caso do falso padre, que foi detido em flagrante pela PSP de Santo Tirso, no momento que em realizava um baptizado na freguesia tirsense de Areias.

Agostinho Caridade é o nome verdadeiro do homem que se fazia passar por padre, utilizando o nome de João Luís Gonçalves Amorim. À altura dos factos, não tinha formação religiosa mas realizou casamentos, baptizados, peditórios e missas, até ser descoberto e detido em Areias, em Junho passado. Depois de ouvido pela PSP, foi libertado e desapareceu, sendo que nem mesmo a família tem contacto com o foragido.
A “descoberta” e respectiva detenção aconteceu em Junho de 2007, mas os casais cujo matrimónio foi realizado pelo “padre” Agostinho Caridade, ainda não sabem se as suas uniões serão ou não aceites pela Igreja. Os casais têm tentado perceber junto das autoridades religiosas a “legalidade” dos casamentos, mas até agora continuam sem saber notícias, que virá das altas instâncias da Igreja. A falta de entendimento entre vários especialistas em direito canónico levou a que a decisão fosse tomada por Roma, para desfazer qualquer “dúvida” relativamente a este assunto.
Fonte da Conferência Episcopal Portuguesa, afirmou ao Diário de Notícias que a situação não era da sua competência, mas sim das dioceses lesadas - no caso, Porto (onde foi celebrada a maioria das uniões) e Braga (onde se realizou um matrimónio, em plena Sé). Mas entre Braga e Porto ainda não está tudo tratado - embora a 27 de Junho, um comunicado da Secretaria Arquiepiscopal de Braga garantisse que “as irregularidades serão sanadas pelas autoridades eclesiásticas”.
O cónego José António Marques, da Cúria Diocesana de Braga, explica que ficou encarregue de contactar o Vaticano mas ainda não o fez porque está “à espera de uma lista de todos os casamentos” realizados por Agostinho Caridade na diocese do Porto. Garante que a Santa Sé não deve colocar entraves à oficialização dos matrimónios. “Ou à anulação dos que já se separaram”, admite.
Na Diocese do Porto, o padre Américo Aguiar explicou ao mesmo órgão de comunicação social que a investigação da quantidade de casais vítimas da situação, para envio posterior da lista para Braga, está a cargo do chanceler e secretário-geral, cónego José Maria Fabião. “Estamos a fazer as averiguações necessárias”, assevera, explicando que pretendem apenas mandar a lista completa ao Vaticano, “para não andar às pinguinhas a resolver o problema”. Esclarece ainda que a investigação está a ser dificultada porque “se há pessoas que já contactaram a Igreja, há outras que ainda não o fizeram”.

Fonte: STS.eu

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