terça-feira, 25 de agosto de 2009

Até Sempre Teresa

É com um grande sofrimento com vos escrevo a vós, amigos e sócios da VIVANIMAL neste momento.
Cabe-me dar a noticia do pior dia vivido nesta associação, não tenho de momento mais palavras para o descrever.

Informo a todos do falecimento da presidente desta associação, essa grande mulher que era a Teresa Lopes.
Enérgica, jovem, cheia de ideias, não havia um dia em que não salvasse um animal. Quando não eram ninhadas deles.
Por não saber dizer não, muitos a ela recorriam sempre em busca do salvamento de mais e mais e mais animais. Numa incessante agonia.

Ás vidas que salvou já se perdeu a conta. Posso afirmar que desde Janeiro, foram mais de uma centena.

Muito podia escrever sobre ela, mas creio que é momento de luto de introspecção.

Só tenho um desejo que convosco quero partilhar: que toda a sua saúde gasta nesta causa, toda a sua constante dedicação para além dos limites do "humanamente possível", que tudo o que construiu não tenha sido em vão e se evapore na inércia de todos nós.

A Vivanimal terá de se aguentar sem esta grande mulher, mas em seu nome o fará pois outra coisa não faria sentido.
Neste momento a associação tem duas cadelinhas mãe com ninhadas. Temos mais de 20 gatinhos até 3 meses de idade. Quem puder adoptar, ser FAT, acolher até a associação conseguir recompor-se agradecemos do fundo do coração, pois estamos perdidos.

Admirávamos-te, acompanhávamos-te.
Até sempre minha querida amiga, estarás sempre no meu coração e na vida das centenas que salvaste.

O mundo sem ti ficou muito mais pobre, hoje o dia caiu carregado de nuvens escuras, perdeu a luz radiante do sol de verão muito mais rápido.
Vais fazer TANTA falta a TANTOS.

P'la vivanimal

Susana Guimarães

http://vivanimal.hi5.com

protege-nos amiga estejas onde estiveres, dá-nos força para continuar esta luta.


deixo-vos um email que a vivanimal recebeu honra da nossa querida Teresa. A D. Manuela escreveu tudo o que eu, que privei de muito perto com a Teresa, penso sobre esta fatalidade.




Manuela Gomes
24 de Agosto de 2009 18:37

Olá.

Penso isto, deixem-mo partilhar.


Não conhecia pessoalmente a Teresa Lopes mas recentemente recebi um mail da VivAnimal, pedindo ajuda para liquidação de dívidas contraídas com tratamentos e alimentação de animais, bem como apoio na causa animal. Parece que a Teresa albergava pessoalmente animais e naturalmente que situações como a falta de apoio, a incompreensão de outros, a incerteza e angústia na resolução dos casos, as despesas acumuladas e as previstas, já para não falar do sofrimento dos animais que tratava, geram sobrecargas emocionais que, mais cedo ou mais tarde se reflectem na saúde física e, até, psicológica.

Quanto a mim e independentemente de outras razões que desconheço, o abandono e maus-tratos de animais está relacionado com o falecimento da Teresa Lopes: o desprezo, de outros, pelo bem-estar dos animais, levou ao cuidar dos animais, pela Teresa Lopes; a falta de carinho, de outros, pelos animais, levou a que a Teresa Lopes preenchesse tanto o seu coração e a sua mente que, talvez, isso não lhe tenha deixado tempo ou atenção para cuidar de si mesma; a irresponsabilidade de outros, levou a que a Teresa se responsabilizasse demasiado pelos animais que necessitavam de ajuda. Por isso, para mim, a morte da Teresa Lopes é um crime. E os culpados são todos os cobardes, insensíveis, cidadãos vulgares ou políticos que não agem correctamente e tomam as medidas necessárias, para que pessoas como a Teresa Lopes não sintam necessidade de se envolver tão sofridamente na protecção animal. Os animais são inocentes, as pessoas são culpadas e a Teresa Lopes foi – É – uma santa.

A melhor maneira de fazermos a Teresa Lopes saber que os seus esforços não foram em vão e que a causa a que se dedicou mereceu a sua vida é continuarmos a apoiar a VivAnimal ou a sua herança, comprometendo-nos a ajudar e, sobretudo, a dar solução às situações deixadas em aberto, nomeadamente, cuidar dos animais que agora estavam sob a sua protecção. Mas, sobretudo, tentar que tal carga não recaia, novamente, nos ombros de uma só pessoa ou de poucas como as que constituem a VivAnimal. Como vemos, é efectivamente demasiado. Daí que eu relembre o mail que no passado ano circulou, pedindo união entre Associações e, até, fusão de algumas em estruturas mais bem aliçercadas ou mais dotadas de meios, partilhando assim esforços, voluntários e recursos. Utopia, falava-se… Não acho: a morte de alguém profundamente envolvido alerta-nos para os riscos de um trabalho, senão, isolado, pelo menos demasiado activo para as restantes necessidades da nossa vida: amor, trabalho, carreira, saúde, família. Sabendo que, face a opções a tomar como a saúde de um familiar ou aceitar um emprego deslocado, perante a vivência da causa animal de forma intensa (porque necessário!!!), no final, os animais perderão quem mais se lhes dedicava. Unamo-nos, então, mais, agora e no futuro.

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